AVALIAÇÃO

De tempos em tempos são lançados documentos sugerindo diferentes formas de avaliar o aluno, aparatos que classificam, “qualificam” e quantificam saberes.
Essa forma de se relacionar com educação, ganhou força por “garantir” a idéia de que estaria tudo controlado e medido pelos instrumentos de avaliação.
Educação Infantil deixou de ser “jardim da infância”, hoje em dia tem método, didática, currículo, projetos, cálculo, inglês, rotina, planejamento, avaliação...
Será que as pessoas sabem que o brincar serve para muitas coisas? Serve para exercer diferentes papéis sociais, elaborar personagens e condutas, para socializar, enfim brincar.
Hoje em dia a brincadeira e o jogo acontecem somente por merecimento. Aperfeiçoa-se o trabalho árduo de adultização desse ser criança.
Deveres, provas, lições, castigos... O professor também sofre com isso... Nele, pesa o dever de marcar e de diagnosticar distúrbios, de encaminhar procedimentos que extrapolam os espaços escolares.
A criança não pode ser criança mais...Deve escrever e ler, ter as tais competências...
A avaliação é uma entidade dentro das escolas, entidade que personifica o bom e o mau aluno. Avaliação...Algo que nos causa arrepios verifica se o aluno aprendeu, avançou, paralisou, conquistou ou superou, ou seja, verifica a produção final de um aluno.
Avaliar para superar um estágio, para avançar, para progredir. Em que especificamente?
Na Educação Infantil, é muito comum ver os tais relatórios. Um relato de “como pensa” , como se relaciona, como reage uma determinada criança.
Será que ao avaliar dessa forma, não deixamos o que tem de mais interessante na Educação Infantil? Não perdemos a riqueza do contato, do olhar silencioso, dos pequenos gestos, das falas que não fazem questão de serem avaliadas?
A avaliação deve estar preocupada em possibilitar expressões diversas, deve ser um instrumental pessoal que sintetize, organize e expresse as relações que cada um estabeleceu com o conhecimento.
Avaliar é atribuir sentido à comunicação, e é fundamental na escola para produzir um estudante, capaz de interagir, aprimorar, produzir, inventar e associar conhecimentos.
Um sujeito que não se contente só com a escola, mas que vá além dela...ou, em alguns casos, apesar dela.