Vivemos
um período da humanidade que devemos refletir sobre o que estamos fazendo com a
educação das crianças pequenas. Por que digo isto? Porque esta geração que está
nascendo, é uma geração que questiona e que não aceita respostas sem lógica.
Eles são muito espertos. Convivo com crianças de 3 e 4 anos de idade que já
mexem em computador, já sabem o que é um mouse,
etc. Como educar esta geração tecnológica com uma educação arcaica, que muitas
vezes aliena e não educa?
Isto
é um dos grandes desafios enfrentados, atualmente, na Educação brasileira, se
com 4 e 5 anos eles já questionam tudo, o que dizer do ensino fundamental,
médio e superior. Por este motivo precisamos de medidas rápidas, mas como tudo
em nosso país, isto não é urgente!
Uma
educação que transforma, que educa de fato e que não aliena, precisa ser
praticada, mas como fazer isto se a educação está alienada? Se professores não
são valorizados, se a profissão não está em evidência? Evidência são profissões
que ganham dinheiro e, de preferência, rápido. Mas se esquecem de que, para
cursar um Bacharelado de Direito, por exemplo, é necessário anteriormente ter
estudado com Pedagogos.
Portanto,
repensar a educação infantil de maneira que possamos realmente fazer a
diferença neste país, requer responsabilidade, consciência, vontade política,
econômica e social. Não dá mais para varrer para debaixo do tapete as sujeiras
e esconder o que não está limpo. Precisamos varrer a sujeira de maneira que a
educação neste país tome novos rumos, novos olhares, novas relações.
Porém,
novos rumos para uma educação infantil qualidade é muito importante, e que não
seja apenas um depósito de crianças para as mães que trabalham fora. A educação
Infantil na Constituição Brasileira deixou de ser um direito das mães e passou
a ser um direito das crianças. Mas me questiono: Será que isto está acontecendo
de fato em nossas instituições públicas de Educação Infantil?
Novos
olhares devem estar pautados para educar e cuidar dentro de uma proposta
científica, que busque trabalhar com planejamento de projetos, na qual a
cientificidade dos fatos e acontecimentos seja testada, experimentada, vivenciada
e concluída, de forma a contribuir para o desenvolvimento cognitivo e afetivo de
forma integral e integrada. Que o pensamento seja, por meio de uma lógica,
realmente desenvolvido, ampliado, diversificado e sistematizado, em forma de
conhecimento e não de informação.
As
relações que se buscam nesta educação infantil são relações saudáveis, na qual
escola, família e criança seja a tríade de complementaridade, de respeito
mútuo, de pensar, sentir e agir em conformidade, em concomitância, porque senão,
quem poderá ter prejuízos de aprendizagem é a criança, e sua infância poderá
ser prejudicada. Uma vez ocorrendo perdas neste período da primeira infância,
poderá ser de extrema significância para sua vida adulta.
A
sociedade, os políticos, os empresários e as instituições de ensino como um
todo precisam olhar, pensar, sentir e agir de forma diferenciada diante da
diversidade que as culturas infantis exigem, mas sempre levando em consideração
que isto nada mais é do que um direito de toda criança brasileira, ter uma
educação de qualidade e não uma educação depositária.
Drª. Vanda Minini
Educação: Psicologia da Educação
Palestrante e Consultora em Educação
Palestrante e Consultora em Educação: para Gestores, Coordenadores, Professores e/ou Pais.
Site: www.vandaminini.com.br
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